1. SÃO OS ALUNOS QUE
IMPORTAM
Alguns professores sentem-se extremamente orgulhosos de seus cargos. E dá até para entender a razão. Afinal, são anos e anos de pesquisas e estudos para estar ali, naquela sala de aula. E agora aqueles alunos seriam os sortudos que iriam beber da sabedoria dele por todo ano letivo.
Aqueles que pensam assim
estão construindo uma imensa barreira entre eles, os estudantes e o
aprendizado. Os melhores mestres veem a si mesmos como guias. Eles compartilham
o que sabem, porém entendem que eles não são o foco principal daquela sala de
aula. Seus discípulos o são. Não se deve perguntar "o que eu vou fazer
hoje", mas sim "o que eu espero que meus alunos façam/aprendam
hoje". O planejamento do dia fica muito mais fácil.
Imagine um professor
entrando em sala de aula dizendo:
- Bom, abra seu livro na
página... na página que vocês encontrarem essa matéria.
Nada pior para a imagem, não
é mesmo? Se é importante conhecer o material didático, imagine entender seus
alunos. Que, ao contrário dos livros, não são feitos em série. Cada um possui
uma particularidade, algo que o faz único.
É fácil imaginar que é
complicado descobrir o que cada um deseja, o que motiva seus estudantes. Mas
faça uma analogia. Imagine que um amigo que mora longe lhe telefona. Ele diz
que está em sua cidade e quer fazer-lhe uma visita, como se chega em sua
escola? Qual a pergunta que você faz nessa situação?
- Você está perto do quê/em
que rua?
Logo em seguida, pergunta se
ele está a pé ou de carro. A partir daí, pode indicar o caminho certo para se
encontrarem.
Da mesma forma, seus alunos.
Se você quer que eles tenham aprendido alguma coisa no final do ano, primeiro
descubra onde estão, quais os recursos que possuem.
3. SE VOCÊ QUER QUE ELES SE
ARRISQUEM, OFEREÇA SEGURANÇA
Parece estranho, mas
aprender pode ser uma atividade desconfortável. Os discentes têm que descobrir
o que eles não sabem, jogar fora muito daquilo que eles achavam que sabiam.
Por isso, crie um ambiente
de segurança. Iluminação e cores corretas ajudam, além de diversos outros
detalhes ao alcance do professor:
A - Decore as paredes com os
trabalhos dos alunos, ou fale sempre nos exemplos e nos casos que eles trazem
para sala. A ideia é fazer com que a sala de aula seja um lugar que pertença a
eles, alunos.
B - Da mesma maneira, crie
um pequeno ritual para início de aula. Pode ser algo simples, como entrar e dar
bom dia de determinada maneira, ir até um ponto da sala e sorrir. Com isso, os
alunos percebem, inconscientemente, que eles estão em terreno conhecido e que
não há o que temer.
4. VULNERABILIDADE NÃO
COMPROMETE A CREDIBILIDADE
Um professor não precisa ter
todas as respostas. Se você disser "eu não sei", isso não significa
que sua classe vai acreditar menos em você. Ao contrário, seus alunos irão
admirá-lo ainda mais.
O norte-americano William H.
Rastetter foi professor da Universidade de Harvard antes de ser chamado para
dirigir uma grande empresa. Ele passa uma regra para seus colegas: "A
primeira vez que você diz alguma coisa, as pessoas escutam. Se você fala uma
segunda vez, as pessoas reconhecem aquilo; e se você fala uma terceira vez,
elas aprendem."
O desafio é fazer isso de
forma que você não se torne chato ou repetitivo. Mude as palavras, passe
conceitos através de exercícios e experiências. Use sua criatividade.
Fazer perguntas que se
respondam com "certo" ou "errado" não estimula uma boa
discussão em sala de aula. Procure fazer perguntas abertas. Por que isso
funciona assim? Qual a razão dessa reação/atitude? E se fizéssemos de outra
maneira?
Ao lecionar, aquilo que você
faz é tão importante quanto aquilo que você diz. E escutar o que seus alunos
têm a dizer significa que você se importa com eles, que leva em consideração as
ideais da classe. Permita momentos de silêncio em sala de aula, eles significam
que o conhecimento está sendo processado.
E lembre-se, nem sempre seus
alunos se comunicam por palavras. Fique atento aos sinais não escritos, como
olhares, movimentos, entre outros.
Você não é a única fonte de
conhecimento disponível a seus alunos. Eles também aprendem entre si. Uma turma
de alunos funciona como um triângulo de aprendizado, no qual o professor é
apenas um vértice. Use essa força a seu favor. Dê a seus alunos pequenos
textos, e peça que eles o interpretem entre si para responder uma questão.
Naturalmente eles escutam mais uns aos outros para encontrar a solução mais
adequada.
O que faz a diferença entre
um bom professor e um excelente professor não está nos cursos feitos, não
aparece nas teses defendidas nem nas pesquisas feitas. Independe dos anos de
profissão.
É a paixão pelo lecionar,
por estar ali, todos os dias. É algo que contagia os estudantes e que não pode
ser fingido.
Se você possui essa vontade
para passar-lhes algum conteúdo, só falta informar-lhes o que deve ser
aprendido.
Faça com que todas as
pessoas na sala de aula tenham um objetivo comum. Para que é necessário
aprender aquilo? Exatamente o que a classe deve saber de novo até o final do
ano?
Leia Também: As Vogais do Trabalho Infantil
Nenhum comentário:
Postar um comentário